16 fevereiro 2011

MEMORIAL

Espaço reservado para as MEMÓRIAS

15 fevereiro 2011

Uma reflexão sobre o amor

     O amor é a maior de todas as virtudes que um homem pode ter. Sem ela é difícil ou quase impossível alcançar objetivos na vida com satisfação, porém muitos acreditam que é possível sim, viver sem amor..

     No meu entendimento, “viver” sem amor a si próprio, ao próximo, aos pais, aos professores, à vida, é como estar à deriva no oceano sem saber nadar.

     O amor é uma palavrinha tão pequena, tão simples, tão fácil de ser pronunciada e dirigida a alguém, porém as pessoas insistem em incorporar em suas vidas outras palavras bem mais difíceis e feias...

     Mas para quê amor?
     Por que é importante amar nessa vida?
     É possível viver sem amor?
     E com amor se pode tudo?
     Quem alcançou o sucesso na vida é porque sabe o que é amar?
     E quem não o alcançou ainda, é porque ainda não aprendeu a amar?

     São perguntas que não se deixam calar e possuem respostas bastante distintas entre as pessoas. Entretanto, não se pode negar que se o amor estiver presente em sua vida, tudo e absolutamente tudo vai ser diferente, para melhor...

     É necessário amor na vida de toda e qualquer pessoa, por uma questão de bem-estar e também por uma questão de você conseguir com pouco obter o muito, isto se você souber utilizá-lo.

     O amor é indiscutivelmente a solução para muitos ou senão de todos, dos tantos problemas que existem.

     Só tenho a acrescentar que ele é lindo, agradável, e por ser o que é... Eu o incorporei em minha vida, e confesso que tudo mudou...


Artur Leônio Maia Fernandes,

Mensagem ao estudante


 “Através de você, cada dia renasce a esperança de dias melhores. Hoje, especialmente, cremos que você é capaz de transformar a realidade através das suas atitudes. Você tem muitos sonhos. O saber mostra o caminho da realização.”
(Maria de Fátima M. Baumgärtner)


* O homem não é nada em si mesmo. É somente uma oportunidade infinita. Mas é o responsável infinito desta oportunidade.
(Sérgio Machado)


* Fazer o melhor significa esforçar-se para, por onde se passa, deixar marcas de alegria e de otimismo, sempre com o espírito de solidariedade e de compreensão. (Fr. Venildo Trevizan - Campo Grande, MS)

Dicas para tornar mais produtivo o seu estudo

- Estudar mais a área do conhecimento que menos gosta.
- Distinguir “não gostar do professor” de “não gostar do conteúdo apresentado pelo professor”.
- Não estudar somente por nota, mas estudar porque irá aprender mais.
- Criar interesse pelo estudo, lendo cada vez mais.
- Procurar, vez por outra, estudar com a ajuda de pessoas.
- Fazer da escola um lugar de orientação, estudar mesmo é o que se faz para lém da escola, por conta própria.
- Organizar um horário para as suas atividades, reservando tempo para estudar.
- Nas áreas do conhecimento como: Matemática, Português, Inglês, Física, Química o ideal é refazer as atividades dadas em sala de aula, pois é praticando que teremos a certeza de que saberemos fazer.
- Nas áreas do conhecimento como: História, Geografia, Biologia, Ciências temos que esquecer a “decoreba”. O importante é entender a idéia do conteúdo apresentado.
- Lembrar que estudar antecipadamente só traz benefícios, então não espera para estudar um dia antes da prova.

Pe. Adilson Schio, ms - publicado na revista Salette - janeiro e fevereiro de 2008, p. 43)

Volta às aulas

Volta às aulas

     Iniciar um novo ano de aulas é um acontecimento singular. É uma mistura de festa, expectativas, ansiedade, preocupação... É reencontro de colegas, novas amizades, curiosidade sobre os estudos, promessa de estudar mais...

     Aulas chatas, professores exigentes, colegas “insuportáveis” podem ser preocupações menores. Afinal, quantas decisões de vida, convicções existenciais, projetos de vida são moldados no período escolar. É também o grande ensaio da convivência social, fazendo das diferenças uma riqueza e não um peso.

     Pois aqui propomos alguns subsídios com a intenção de contribuir e fazer da volta às aulas um ato de entusiasmo, com educadores acreditando em seus projetos e estudantes renovando a fé na vida.

13 fevereiro 2011

O evangelho segundo os violeiros

Iniciando o proseio:

     Sou violeiro nas horas vagas. De quando em vez, principalmente naqueles momentos em que os demônios da cidade-grande me assaltam, deixo sair das cordas da viola um cenário bucólico, quase extinto, mas santificado pelos cantadores. O ar puro das invernadas com cabras pastando solenemente, os carros de boi gemendo no estradão, o fogão de lenha onde o café é adoçado com garapa. Com alguns ponteados a mais, começam também a sair do pinho cenas de manhãs solfejadas por pássaros, cafezais em flor se vestindo como noivas, currais com afrodisíacos cheiros de bosta de vaca e rios com molecada nadando do jeito que veio ao nosso-mundo-sem-porteira.

     Confesso que, com minhas toadas inspiradas nestes motes, consigo despertar coisas belas e adormecidas neste corpo oprimido. Consigo também exorcizar, temporariamente, o Cão em suas multiformes aparições. Consigo, ainda, sorrir com esperança, cantarolando um salmo em som de cateretê que aprendi do Rolando Boldrin: “Eu vim me embora e na hora cantou um passarinho, porque eu vim sozinho, eu, a viola e Deus ...Vim parando assustado espantado com as pedras do caminho, eu , a viola e Deus... ”

     Sou violeiro nas horas de Deus, amém! Nascido na beira daquela tuia cantada por Tonico e Tinoco, aprendi que é impossível dissociar viola do sertão.

O Violeiro

     As modas caipiras e o sagrado nasceram juntos nesta terra-de-santa-cruz. Dizem os historiadores que a viola foi trazida para cá pelos jesuítas, o que de início já lhe confere a aura beatificada. Desde os tempos primevos, encontrou guarida naquela gente nova que se miscigenava pela santíssima trindade racial: o índio, o branco e o negro. Nasceu assim, o violeiro em sua mais completa tradução, que de cedo aprendeu a fazer das folias, dos catiras, dos fandangos, dos lundus, dos pagodes, das toadas, dos cururus e dos cateretês uma ópera sertaneja ao Divino, à Mãe do Salvador e aos Santos do cotidiano. Como referencial teológico destas dramatizadas melodias o caboclo adotou a visão do catolicismo oficial. Por outro lado, no entanto, suas epifanias sonoro-dançantes incorporaram, aos poucos, uma religiosidade que não ficava dependente da explicação racional de padres ou especialistas da fé. Um dos exemplos clássicos dessa devoção é a fervorosa, doutrinária e popular oração cantada e socializada pelos cururueiros paulistas. Música que foi recolhida por Paulo Vanzolini e que hoje faz sucesso com a Orquestra Paulistana de Viola:

Este é o primeiro verso
que nesta casa eu canto
Já desponta a madrugada
Padre, Filho, Espírito Santo
Ora viva São Gonçalo (...)
Este é o segundo verso
Que nesta casa eu canto
Já desponta a madrugada
Padre, Filho, Espírito Santo
Ora viva São Gonçalo(...)

     Várias outras pérolas deste gênero de manifestação religiosa chegaram até nós e hoje fazem parte do nosso cantorio. A Bandeira do Divino e Cálix Bento, músicas de domínio público, eternizadas por Ivan Lins e Milton Nascimento, são apenas dois exemplos. Som rural da mais pura cepa!

     Mas a moda do violeiro tem o toque do sagrado porque sagrada é a vida do caipira. Coisa que souberam retratar Cornélio Pires e Angelino de Oliveira, pioneiros das modas fonográficas, em cenas lítero-musicais históricas. Sagrado é o chão onde o Jeca-Tatu pisa. Sagrado é o seu jeito de ser. É neste cenário que o profano se santifica e o sagrado se profaniza. Ele canta a sua maneira de levar a vida. Expressa bem esta harmonia paradisíaca a música “Meu céu” dos mineiros Zé Mulato e Xavantinho:

Armo a rede na varanda afino minha viola Sabiá canta comigo mando a tristeza embora No lugar aonde eu moro, solidão não me amola Quando eu faço um ponteado a cabocla cantarola

Não é o céu conforme eu aprendi
Mas se Deus achar por bem
Pode me deixar aqui

     O povo da roça não tem esta pressa de viver que nós temos. Um amigo ilustrou bem: “Nós trabalhamos para comprar o que precisamos para viver depressa. Eles vivem basicamente para fazer o que precisam para viver com calma”. Na roça, seguindo o ritmo das estações, do riozinho e do eterno ciclo da natureza, tudo é devagar. Como devagar também é que se envelhecem e enobrecem, no tempo, os bons vinhos. Como devagar também é que envelhecem e enobrecem, no mato, as boas madeiras com as quais meu se faz boas violas.

Deus e o diabo na terra dos violeiros

     Mas há uma outra pitadinha do sagrado que precisamos colocar neste proseio. Não podemos perambular pelos sertões e veredas do sagrado sem recebermos a bênção do Riobaldo: “Medo, mistério. O Senhor não vê? O que não é Deus é estado de demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver”. Este personagem de Guimarães Rosa dá o tom de um outro tema que está nestas modas. Falo do tema de uma peleja cósmica. Quando Deus e o diabo travam peleja estremecendo esta terra de sol e de chuva, há sempre um violeiro para harpejar o confronto. Este duelo celeste tem ecos em desafios terrestres. Há quem jura de pé junto que violeiro bom é aquele que fez pacto com o Coisa-ruim. Dizem que são aqueles que tocam em uma afinação chamada “rio abaixo”. Referência ao tinhoso que um dia teria aparecido tocando viola, com virtuosismo, lá pelas águas sertanejas do norte das Gerais. Até existe, por aquelas bandas, um bocado de causos que falam sobre viola tocando sozinho em cima de mesas. Eu, heim? Minha afinação é o “cebolão”. Tem esse nome porque faz gente, do campo e da cidade, chorar. Sou da turma do São Gonçalo, o padroeiro dos violeiros! Santo bom este! Adorado por Tião Carreiro e Pardinho, reis do pagode, que, em vários de seus sucessos fonográficos, nos alertam a uma tomada de partido nesta eterna luta do bem contra o mal:

Quem foi o rei do baralho virou trouxa na roleta
Gavião que pegava cobra, já foge de borboleta
Se o Picasso fosse vivo ia pintar tabuleta
Bezerrada de gravata que se cuide não se meta
Quem mamava no governo agora secou a teta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.

     Meus dois dedos de prosa “vão se sumindo como as águas vão pro mar”. Mas as coisas do sagrado não. Quem se embrenha por esta floresta cultural sabe que o imaginário e as crenças do “caipira-pira-pora” são um infinito de sabedoria. São atitudes frente à vida, resistência diante das “crises e cruzes” existenciais, criatividade face aos improvisos do cotidiano, sentimento de finitude diante dos enigmas do amor e da morte, encanto pelo sagrado... O sertão não tem fim. Não tem fim seus causos, sua mística, suas inventivas esperanças. Por isso há muita gente boa pegando este “trenzinho do caipira” para resgatar um pouco da riqueza da verdadeira cultura raiz. Estamos em boa companhia. Violeiros, folcloristas e pesquisadores como Roberto Correa (professor de viola na Universidade Federal de Brasília), Ivan Vilela, Paulo Freire (o violeiro), Braz da Viola, Almir Sater, Inezita Barroso, Rolando Boldrin, Renato Teixeira e mais uma “comitiva da esperança” está engajada nesta romaria “de sonho e de pó”, em busca deste cálice sagrado. Por isso e por tantos ponteios que fazem variações sobre a vida e a morte é que eu faço minha final louvação: Viva o sagrado som rural! Viva o nosso santo “forcrório”! Viva os sacerdotes da viola!

*** Para o Zito, meu pai, o rei dos violeiros


Carlos Alberto Rodrigues Alves

Interpretação de texto


Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto. E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova.
Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita.
Vamos a um exemplo.
É mundialmente reconhecida a qualidade do champanhe francês. Imaginemos, então, que em um texto o autor trate do assunto “bebidas finas” e escreva que na região de Champagne, na França, é produzido um champanhe muito conhecido. Mais tarde, em uma questão, a banca pergunta qual foi a abordagem do texto em relação ao tema e coloca, em uma das alternativas, que o autor afirma que o melhor champanhe vendido no mundo é o da região de Champagne, na França. Se você for um candidato afoito, vai marcar essa alternativa como correta, certo?, sem parar para pensar que o autor não havia feito tal afirmação e que, na verdade, o que ele assegurou foi que há um champanhe que é muito conhecido e que é produzido na França. O fato de possivelmente ser o melhor do mundo é uma informação que você adquiriu em jornais, revistas etc. Entendeu a diferença?
Propositadamente, a banca utiliza trechos inteiros idênticos ao texto só para confundir o candidato, e ao final, coloca uma afirmação falsa. Cuidado com isso!
Contudo, não basta retirar informações de um texto para responder corretamente as questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, temos que ter conhecimento da estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu formato final de dissertação, narração ou descrição.
Como o tipo mais cobrado em provas de concurso é a dissertação, vamos entender como ela se estrutura e em que ela se baseia.
Quando dissertamos, diz-se que estamos argumentando. Mas argumentando o quê? A respeito de quê?
Para formular os argumentos, antes necessitamos de uma tese, algo que vamos afirmar e defender, a respeito de um determinado assunto.
Então, por exemplo, se o assunto é “Aquecimento global” é imperativo apresentar uma tese baseada nele. Pode-se escrever “O aquecimento global tem sido motivo de preocupação por parte dos cientistas”, ou “A população deve preocupar-se com o superaquecimento do planeta” etc. O importante é que na tese esteja claro aquilo que deverá ser sustentado por meio de argumentos.
O próximo passo é estabelecer quais argumentos poderão ser utilizados para tornar a afirmação feita na tese cada vez mais sólida.
Apresentados os argumentos, basta concluir a dissertação.
Tudo o que aqui foi exposto é apenas ilustrativo para que se tenha idéia de como um texto é estruturado e, a partir daí, estudar o texto apresentado e procurar no lugar certo a resposta para cada questão.
Vejamos:
Normalmente, a tese é explicitada na primeira frase do primeiro parágrafo, coincidindo com o que chamamos de “tópico frasal”, aquela sentença que usamos para chamar a atenção em um texto e apresentá-lo de forma clara. Mas ela pode aparecer também na última frase do primeiro parágrafo.
Disso decorre que sempre que precisar encontrar a tese do texto para responder a questões sobre o que o autor pensa, por exemplo, deve-se procurá-la no primeiro parágrafo.
Todavia, se a banca quiser saber em que o autor se fundamentou para fazer tal afirmação, basta procurar a resposta nos parágrafos em que forem apresentados os argumentos.
Por exemplo, na última prova do MPU, cargo Analista Processual, da banca Fundação Carlos Chagas, foi perguntado aos candidatos o que revelava a argumentação do autor. Dentre as alternativas apresentadas, bastava saber qual era fundamentalmente um argumento utilizado pelo autor e o que ele demonstrava.
É, portanto, muito importante conhecer a estrutura de um texto para saber trabalhá-lo de forma a fazer com que ele seja um aliado na conquista de um cargo público.



O homem que sabia decidir

Em uma cidadezinha bem distante, chamada Duvidópolis. Nela, havia um homem alto e imponente. Nessa cidadezinha, as pessoas eram bem tranquilas até que surgisse uma dúvida. Pronto! Era um caos na cidade. Os duvidenses não sabiam o que fazer, não conseguiam se decidir, ficavam totalmente perdidos. Com exceção desse homem, que continuava tranquilo, sem muito se preocupar (vai ver não era da cidade).

     Certa vez, houve uma bagunça na cidade. Havia surgido uma grande dúvida e não sabiam de maneira alguma como resolvê-la. Eis o problema: o senhor prefeito, ainda muito jovem - tinha apenas 23 anos de idade - tinha acabado de falecer. Como era muito jovem e não era casado, não tinha filhos. Ora, em Duvidópolis, como não conseguiam se decidir por nada, não havia eleição para o governante da cidade, simplesmente, o filho do prefeito assumia o cargo do pai, e isso acontecia desde à fundação, portanto, eram todos descendentes do Sr. Duvideu Duvidão Duvido.

     O caos não passava. Ia se prolongando já por vários dias, até que esse homem alto foi à prefeitura, assinou o livro de ata e assumiu o cargo de prefeito. Afinal de contas, em terra de cego quem tem olho é rei. O problema fora resolvido. A bagunça terminou. Todos voltaram para sua vida normal. Como era um homem que sabia decidir, a cidade mudou, não mais ficou estagnada. Começou a se desenvolver, a crescer, até que se tornou um grande centro econômico, uma referência na região. Após muitos anos de governo, eis que surge um novo problema. O que fazer? Calma, é só perguntar para o senhor prefeito.

     Marcam uma audiência e encontram-se com o senhor prefeito. Perguntam-lhe:
     - Senhor prefeito, um novo problema, uma nova dúvida surge na cidade, e não sabemos o que fazer. Então resolvemos perguntar ao senhor. Aqui está: como é o seu nome e de onde o senhor veio?
     O prefeito alto e imponente responde:
     - Eu vou.
     Estagnados, olham-se sem entender.
     - Como, senhor prefeito?
     - A primeira alternativa.
     - Como assim, a primeira alternativa?!?! Dessa vez não lhe demos nenhuma opção para escolher. Simplesmente queremos saber o seu nome e de onde o senhor veio.
     - A primeira alternativa, com certeza, a primeira alternativa!
     - Como assim? Não conseguimos entender.
     - Até logo. Voltem quando precisar. Estou à disposição.

     Vão embora sem nada entender. O caos se instala novamente, mas logo passa, porque depois de alguns dias ninguém mais se preocupava em saber o nome do prefeito e de onde ele viera. Os anos passam, a vida continua, e o prefeito, alto e imponente, envelhece, fica doente e morre. Mas, sem problemas dessa vez, pois ele havia casado com Dona Duvidéia e deixado um filho, que assumiu o seu lugar na prefeitura.  Ao mexerem no corpo para o arrumarem para o velório e o enterro, cai-lhe um envelope do bolso. Abrem o envelope e lá está, sua carteira de identidade. Uma dúvida de vários anos atrás, já esquecida, pode, finalmente, ser resolvida. O homem alto e imponente, prefeito da cidade, chamava-se Decisão Pronta, da cidade de Decididos. Agora entendem porque ele era tão diferente e só escolhia a primeira alternativa.

     A cidade, em paz, hoje está nas mãos de um governante sábio, filho do Sr. Decisão Pronta e da Dona Duvidéia. O prefeito chama-se Decisório Duvidoso Pensante. Tudo o que ele vai decidir reflete bem antes de dar a última palavra, pois é isso que devem fazer os que tratam de coisas importantes: pensar bem antes de agir.


José Rodolfo Galvão dos Santos,